2 de abril de 2011
Entrevista com a banda Rock Rocket
O Rock Rocket vem ao longo dos anos quebrando barreiras de norte ao sul, e conquistando a cena underground do Brasil. Com frases de efeito, ritmo, melodias cantantes e gritantes, a banda é um destaque do Rock’n Roll brasileiro.
O trio se formou entre amigos em 2002, na capital paulista com a formação: Alan - bateria e voz; Pesky no baixo e Noel - voz e guitarra. Em 2009 a banda sofreu uma alteração na sua formação: Pesky deixa o baixo da para a entrada de Jun.
Construindo mais história a cada dia, a Rock Rocket caminha ao som do seu Rock’n roll regado a muita cerveja, diversão e amigos. A banda carrega a marca de um EP, dois cds, sete videoclipes, aparições no cinema e um compacto europeu em vinil.
Confira agora uma entrevista que o Boteco em Paris fez com Alan, baterista da Rock Rocket.
Boteco em Paris: Como tudo começou? A banda partiu de um sonho, ou desde sempre foi o objetivo ser um Rock Rocket?
Alan (baterista): Começou de uma maneira bem natural: 3 amigos tomando cerveja no ensaio tirando uns covers de bandas que sempre gostamos como replicantes, clash e ramones. No início não tínhamos muita preocupação com futuro e carreira, na real nem sabíamos direito o que era uma carreira musical (bom, com a outra carreira já estávamos habituados). Eu lembro de frequentar a noite paulistana, ver as bandas tocando nesses lugares pequenos e pensar "quero estar nesse palco". Gravamos uma silge, uma única música e levei pro pessoal pra ver o que rolava. Mas a idéia inicial era conseguir colar nos bares, fazer parte da cena rock'n'roll e/ou punk e conseguir cerveja de graça. Eu sempre gostei da noite mas me incomodava não atuar ativamente. Queria me sentir parte daquilo, mas nunca pensamos muito no futuro. Pelo menos não nos 2 primeiros anos.
B: Como é a convivência entre o trio que compõem o Rock Rocket?
A: A gente se da super bem, gostamos das mesmas músicas, trocamos idéia sobre som e paixão pelo rock que é o grande motivo de termos uma banda. A gente na maioria das vezes viaja de carro e pra mim esse é um momento único. Tacar fogo no verde, ouvir música, ver a estrada e estar com os amigos, conversar sobre futebol etc. Bem "os legais" mesmo. O noel tem uma facilidade pra catalisar momentos nas letras.
B: Houve algum momento difícil em que vocês acharam que seria o fim do sonho?
A: Nunca existiu sonho, tudo o que a gente vive é muito real. De longe não parece, mas somos muito trabalhadores, assim como a maioria das bandas que tem um certo respaldo. Nunca foi fácil. Ninguem botou a gente onde estamos, nós construimos tudo com as próprias mãos e com ajuda de pessoas que acreditam no nosso trabalho.
B: As músicas do Rock Rocket ditam uma juventude libertária, são repletas de frases de efeito e mensagem para os apreciadores da vida e do bom Rock’n Roll. Como elas são feitas? São momentos vividos pela banda?
A: Não existe uma regra. Algumas são verídicas, outras aumentadas e outras fictícias.
B: O Rock Rocket tem história, são discos, clipes, músicas, até um vinil, existe algo mais que está no caderno de ambições
da banda?
A: Lançamos um compacto em vinil, vamos lançar outro agora, quando chegar a hora do primeiro LP vai ser demais! Fora isso temos planos (sem pressa) de lançar DVD(s) e livro com causos e ficções.
B: Já tive a oportunidade de assistir um show de vocês e a energia é contagiante, vocês vibram no palco, esse é o verdadeiro amor pelo que se faz?
A: Sem a mínima sombra de dúvida.
B: Existe uma música em especial, da Rock Rocket, ou todas tem o mesmo valor?
A: Gosto muito de todas, mas tenho minhas preferidas, claro. Por um Rock and Roll mais alcoolatra e inconsequente, Os Legais, A mulher Mais Linda da cidade, Rocket Jane e Pérola da Noite por exemplo....Mas últimamente as que eu mais tenho gostado são as novas que estão pra sair, to muito empolgado com isso.
B: Na concepção de vocês, a cena underground é bem estruturada? Se não o que falta para um total sucesso?
A: Ta melhorando mas ta longe de ser adequado. Não vou ficar apontando defeito, apenas dizer que uma banda como nós tem que tirar leite de perdra pra sobreviver.
B: A Rock Rocket já fez shows por quase o Brasil inteiro, isso traz um enorme conhecimento de lugares, diferenças de pessoa para pessoa e também situações inusitadas. Existe algum lugar que é especial pra banda? Qual foi a situação mais inusitada já vivida?
A: Situações inusitadas tem de montes pois afinal é sempre um bando de louco fazendo loucura. Sei lá, a gente ja tocou em estádio pra 35 mil pessoas e na casa de um cara em osasco (nessa ocasião a prefeitura lacrou o bar que ele ia fazer o show e ele resoulveu transferir pra casa dele). É assim que é, sei lá, são quase 10 anos de banda, se eu for parar pra contar cada causo ja viu né? Eu iria incriminar metade da cena underground no brasil hahaha.
B: Quais são as influências de vocês? Em atividade, ou não, quem citariam como exemplo, de banda, no Brasil e fora dele?
A: No começo da banda eramos influenciados por Replicantes, Camisa de Vênus, Cascavelletes, Roberto Carlos, Dead Boys, NY Dolls, Ramones, Clash, Stray Cats e MC5. Hoje ainda temos essas influências mas estamos incorporando coisas de Dr Feelgood, Rezzilos, Sly & The Family Stone e coisas brasileiras com o fuzz do Lanny Gordin (gal costa, eduardo araújo, suely e os cânticos por exemplo).
B: Por último o Boteco em Paris agradece a Rock Rocket pela entrevista, parabeniza pelo excelente trabalho e gostaria de pedir para que deixassem um recado para seus fãs, para quem acompanha seu trabalho e para as bandas independentes que estão na mesma luta, pela qual vocês já passaram.
A: Meu principal recado para as bandas que estão começando é: faça com as próprias mãos e aconteça. Nada do que você faz com amor é a toa, uma coisa leva a outra. Um show chama outro. Só tome cuidado pra não errar porque se errar fodeu, ninguem vai esquecer, a vida é pra sempre, morô?
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