5 de julho de 2010

The Snobs - Nós Que Aqui Estamos Por Vós Esperamos



The Snobs é uma banda de rock independente de Paraibuna, interior de SP, composta por Phill (voz, saxopet), Jeff (guitarra, violão e backing vocal), Mark (guitarra, violão), Lyloo (baixo, backing vocal), Johnny (percussão, backing vocal) e Break (bateria).
Formada na pacata cidade de Paraibuna em meados de 2006, a banda já participou de inúmeros festivais pelo Brasil e dividiu o palco com diversos nomes importantes da cena, como Superguidis, Madame Machado, Vivendo do Ócio, entre outras.
No ano passado, a banda lança seu primeiro EP, entitulado "Saudações Snobianas", contendo 6 faixas. Agora, a banda traz seu primeiro disco de estúdio, contendo 12 faixas, sendo algumas delas regravações das músicas do primeiro EP.

Após os repiques de sinos que fazem a introdução do disco, "Atemporal" starta o álbum de forma enérgica e descontraída, com uma letra confessional que propositalmente se contradiz de forma genial em cada verso.
A balada vem com "Paradoxo"; canção mergulhada num verdadeiro porão de dúvidas, incertezas e melancolia quase que passageira. A voz vagarosa e semi-rouca de Phill nesta música juntamente com a melodia espacial e belos riffs dão um toque todo especial à música.
Num clima lânguido e esmorecido, "Sublime à Espera do Inferno" traz versos questionadores e sombrios, como no trecho: "Suba, apesar desta queda que você terá além da estrada / apenas morto viverei o lado de lá / Mas pra quê? / Mas pra quê?".
Em seguida, a brilhante "Laboratório", também em um clima sombrio, é certamente a música mais sincera e bonita do disco. Logo em seus primeiros versos podemos notar tamanha solidão: "Sozinho sem cessar a voz num dia triste de domingo / Me isolo à fita isolante, num instante instável..." Ou no trecho ainda mais confessional: "Viajando por um mar desconhecido pra me consertar / tomando remédio vencido pra me desligar / com a raposa do deserto eu quero me encontrar / nos gritos de silêncio que ecoavam de um surdo, mudo gravador, registrador...". Realmente um registro genial da banda neste primeiro disco.
A sexta faixa conta a história do imortal "Corpo Seco", um ser rejeitado pela terra que vive vagando pelas matas da cidade de Paraíbuna. Certamente a música mais interessante e enigmática do disco, com um refrão animado e divertido.
Num tom de crítica e sarcasmo, "Equilíbrio Inexistente das Esferas" fala sobre o comodismo da humanidade e a aquela eterna aceitação e conformismo. A belíssima "A Ilha", faixa seguinte, vem munida de uma letra ainda mais crítica e corrosiva na medida certa; que fala de rock à poesia sem tropeçar. Uma melodia cadenciada que chega ao ápice com um refrão bonito e esperançoso; belíssimo de se ouvir.
"A Fortaleza", nona canção do disco, soa de forma mística, tanto na letra como nos suaves backing vocals muito bem inseridos em determinados momentos da música. "Surfista de Areia" vem em seguida: melodia vigorosa e riffs extremamente empolgantes são o terreno pra uma letra cheia de referências e citações obscuras.
O single "Duas pra lá, duas pra cá" vem com uma pegada mais rápida e intensa. A letra se encaixa perfeitamente neste ritmo, como em: "Cansado de tanto quebrar a cara nas praças e nos salões / minha roupagem não condiz com a situação / além de copos com bebidas num balcão". Sem duvidas, uma das melhores músicas da banda.
Para encerrar o disco, o hit "Maktub", surpreende pela letra magistral e melodia envolvente do começo ao fim. Destaque para os versos recitados em determinado momento da música, encerrando o álbum de forma nobre e primorosa.
Um disco que retrata bem o que esse pessoal vem fazendo nestes últimos quatro anos. Canções muito bem elaboradas, letras ricas, personalidade e irreverência pra ninguém botar defeito. Mais um excepcional álbum de ouro vindo do Vale do Paraíba para o mundo!


Por: @Nogy




Banda: The Snobs
Álbum: Nós Que Aqui Estamos Por Vós Esperamos - 2010

01. Intro
02. Atemporal
03. Paradoxo
04. Sublime À Espera Do Inferno
05. Laboratório
06. Corpo Seco
07. Equilíbrio Inexistente das Esferas
08. A Ilha
09. A Fortaleza
10. Surfista de Areia
11. Duas Pra Lá, Duas Pra Cá
12. Maktub


8 comentários:

Wandersom Paiero disse...

Ao ler o único comentário de nossa amiga Raquel tive que me manifestar. Afirmar algo é muito perigoso, e seus argumentos são refútaveis, afirmar que um evento é péssimo baseando-se em uma apresentação da qual a data nem sabemos é irrelevante,Podemos dizer q a banda ou o som agrade a vc até mesmo por questões pessoais, porém a banda é boa, tem potencial e não condiz com o rótulo de "rockstar" como vc escreve...Eu particularmente não conhecia, assisti um único show na Hocus Pocus onde se apresentaram com Vivendo do Ócio e achei muito bacana, irreverente, belas e inteligentes composições, foge dos padrões impostos pela mídia. Eu diria que é surpreendente, visto que é uma banda nova com apenas um albúm pelo que me consta. Mas o que mais me intriga é : O que eles estavam fazendo neste bar "A Gaiola"???? rs Visto que é um bar mais pop...Alias amiga você se deu a oportunidade de ouvir o CD?
Pessoal antes de malhar algum artista, ainda mais um independente vamos pesquisar primeiro, conhecer o trabalho, deixemos as criticas construtivas ou destrutivas para os criticos,estes sim fazem o trabalho muito bem. E quando gostarem indiquem aos amigos, quando não gostarem indiquem aos inimigos rsrs Fica a Dica! E Parabéns ao Nogy pela belessima resenha do albúm e pelo blog que é espetacular.

Érica (Kika) disse...

Só pra aproveitar a deixa destes coments...ta aki o comentario de alguem não sei quem q postou anomino na coletanea q o Nogy feez pra festa do Boteco...

Anônimo disse...
Adoreeei o CD! Não conhecia Snobs e Sin Ayuda...... mto legal!

será que é tão péssima assim???

William de Oliveira disse...

Raquel, o show no Bar A Gaiola aconteceu a 3 anos atrás e muita coisa rolou depois de todo esse tempo. A banda está com outra formação e um caminho de som autoral e busca de identidade passou a ser a tônica dessa caminhada. Acho demais as referências do filme do Marcelo Mazagão e do livro do Hobsbawm, porém, cabe aqui destacar uma banda que fala a partir de fora dos grandes centros urbanos com um discurso que busca redes alternativas ao mainstream e busca não se dobrar a postura do rockstar. Acho que aqui cabe citar Milton Santos, nosso geógrafo brasileiro de fama internacional, em que não aceitamos a condição de periféricos mas como centro emissor dos discursos no mundo propondo uma outra globalização. A The SNobs não fala apenas sobre o Cemitério de Paraibuna, mas esse cemitério faz parte da sua identidade. Acho que THE SNOBS vale a pena sim. Cabe aqui a dica para atualizar o seu conceito sobre a banda: www.oinovosom.com.br/thesnobs

Bruno Almeida disse...

A banda é muito boa!
Baixei o disco e desde então nao paro de ouvir no carro, indicar pros amigos... sábado irei ver o show deles em SJC!!
Parabens galera!

Bruno
Caçapava - SP

Raquel disse...

Voces tem razão pessoal, desculpem-me a arrogancia e a inflexibilidade, sinceramente. Mas acho que críticas são fundamentais (tá não precisam ser malcriadas, mas são apenas um convite à reflexao). Enfim. Há 3 anos atrás eles já eram muito citados na cena "alternativa" do vale e quando recebi o repertório deles através de uma amiga fiquei super animada! No entanto, quando ouvi ao vivo me decepcionei e muito! Não é exatamente isso que eu chamaria de irreverência ou uma alternativa à musica que aparece na mídia. Eu não sou do tipo que baixa milhares de discos na internet, mas só os que eu gosto muito, pra ouvir com calma e a atenção que merecem. Prefiro conhecer um som novo ao vivo mesmo e a partir do meu julgamento pessoal decido se vale a pena obter a discografia. Fora que no Hocus Pocus qualquer banda parece o máximo né, colega? Não dá nem pra comparar com a qualidade do som de outros lugares do tipo aqui em SJC.

Camila Coutinho disse...

Ótimo que vc reconhece que foi grosseira e que talvez o som não tenha ajudado...me lembro que estive neste show da gaiola e que eles estavam em fase de transiçao, sem baterista fixo e pelo menos cumpriram o contrato de ir até lá e fazer o som...com isso já que vc não baixou o disco pra dar a devida atenção e conheceu-os através dos covers (na minha opinião eles não são bons pra tocar cover, prefiro o som próprio) fica o convite...sei que eles tocaram no La Musique dia 07 de outubro vamos lá para conferir? Agora se mesmo assim vc não curtir,é um direito que você tem... esqueça a banda!!! =) Num dá pra agradar a todos...
O que seria do azul se todos gostassem do amarelo?

Anônimo disse...

Camila, grosseria, na minha opnião, é chamar de "amiga" quem é alvo de sua ridicularização, ou quem tenta impor, a qualquer custo, uma preferência. Como você disse: "o que seria do azul se todos gostassem do amarelo?". Não estou aqui para julgar o gosto musical de ninguém, só dei minha opiniao sobre a banda. Acho que incomodei por expor minha opiniao na impulsividade. Ou seja, sinceramente. As vezes soa como grosseria mesmo. Afinal, esnobei os esnobes. Hahahaha. Ai, ai, chega, né. Eu não conhecia o blog, vim parar aqui por acaso e disse o que me veio na cabeça. Aparentemente isso não é um espaço para discussão, né? Acho que descobri isso um pouco tarde e levei os comentarios mto a sério. Depois dessa, só resta eu me retirar desse debate. Tchau, tchau e aproveitem o show dia 7.

Raquel

Bárbara disse...

E a novela finalmente chega ao fim!!!
aeeeeeeeeeeeeee
Mas tava tão divertido de acompanhar...todos contra um hauhauahauhauhauha
Pois é gosto é que nem nariz e cada um tem o seu...quem será o próximo alvo? Engraçado néh, pq a galera não perde seu precioso tempo discutindo formas de acabar com a corrupção, a pedofilia ou qualquer outro problema que assola a sociedade atual...e vamos deixar a galera que faz arte continuar fazendo independente de agradar ou não um todo...